Um grupo de investigadores liderado por um docente da Universidade de Coimbra desvendou a acção de uma enzima susceptível de contribuir para o desenvolvimento de um novo antibiótico contra a tuberculose, foi hoje anunciado.
A equipa de investigadores, liderada pelo bioquímico Milton Costa, ao descobrir a função de uma enzima de micobactérias (GPGS), «abriu muito boas perspectivas de desenvolvimento de um novo antibiótico que permita combater a Tuberculose, incluindo as variantes multiresistentes», refere uma nota do gabinete de imprensa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Os investigadores - acrescenta o documento - «procuram agora produzir moléculas capazes de bloquear a função desta GPGS, visto que, sem esta enzima, o bacilo da Tuberculose não se desenvolve e a substância que a bloquear poderá ser um potencial antibiótico».
A estrutura desta enzima encontra-se também já quase concluída, o que é considerado como «um passo fundamental» para o desenvolvimento de inibidores da sua actividade.
A descoberta é resultado de outro estudo, sobre a bactéria Rubrobacter xylanophilus que se desenvolve a altas temperaturas e tolera sal, no qual os investigadores descobriram uma enzima (MPGS/GPGS) que tem uma função ligeiramente diferente na micobactéria que provoca a Tuberculose, acrescenta a mesma nota.
Estima-se que desde a produção do medicamento até à sua entrada no mercado decorram em média 12 anos, para cumprir todas as fases de avaliação de resultados e de ensaios clínicos com pacientes voluntários.
A próxima fase da investigação - segundo Milton Costa - «é encontrar moléculas que impeçam o funcionamento da enzima, mas que não sejam tóxicas para o ser humano, ou seja, que o tratamento não provoque efeitos secundários, como sucede com os actuais medicamentos disponíveis no mercado».
Esta descoberta «assume particular relevância, considerando o facto de há várias décadas não surgirem novos fármacos para o combate à Tuberculose» e Portugal ser «um dos países da União Europeia com taxas de incidência da doença mais elevadas», refere a FCTUC.
Os resultados desta investigação, que agrega ainda na equipa os investigadores Nuno Empadinhas, da FCTUC, e Sandra Macedo Ribeiro, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, já foram submetidos ao European Patent Office, para serem patenteados.
Diário Digital / Lusa
Um comentário:
parte do excelente projecto esta ja cumprida! falta agora e esperar que este novo medicamento venha realmente ajudar a evitar os efeitos secundarios que o anterior produzia nos pacientes!
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